"Seja a mudança que você deseja ver no mundo." - Mahatma Gandhi

terça-feira, 17 de maio de 2011

A notícia que vai arrasar o mundo: EUA com dívida de US$ 14,300,000,000,000


Foi nesta segunda-feira (16), que a maior potência mundial atingiu uma dívida pública/externa de 14,3 biliões de dólares (94% do PIB), ou seja, o limite de endividamento. Não é já, mas esta notícia fará parte do nosso quotidiano depois da reeleição de Barack Obama (agora quase certa com a notícia da morte de bin Laden), em 2012.

O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, avisou, esta semana, que as Finanças ficarão sem opções para evitar um default do governo federal no começo de agosto. O teto de endividamento de 14,3 biliões de dólares estaria a ser atingido.

Por seu lado, o presidente Obama, numa entrevista previamente gravada, divulgada esta semana veio repetir que sem o aumento do teto de endividamento dos Estados Unidos uma situação de disrupção do sistema financeiro mundial poderia rebentar, com a América recaindo em recessão.

Esta bomba enviada aos media até pode ser apenas mais uma achega para o braço de ferro político entre o presidente Obama e os republicanos no Congresso americano a propósito do aumento ou não do teto de endividamento federal.

"Esse risco de um evento de crédito no verão é muito diminuto. A percentagem no Congresso que acha que um default os beneficiaria politicamente é muito pequena. Mas esse grupo, certamente, vai alimentar esse assunto até ao último minuto, tornando a economia americana refém da sua tática, e depois concordarão num compromisso - a questão será saber quais os seus contornos", disse Peter Cohan, analista em Boston.

O problema divide a política americana e os próprios economistas. Uns recomendam que Geithner, pura e simplesmente, ignore o teto, e quanto mais cedo melhor. Qualquer pálida hipótese de um "evento de crédito" seria um desastre para a América. Por outro lado, Peter Cohan acha que o teto de endividamento acabará por ser aumentado. Contudo, Robert Eisenbeis, da Cumberland Associates, uma firma de consultoria financeira global, acha que o Congresso não deve flexibilizar o teto. "O problema é a despesa, não é o teto. Aumentá-lo seria perder um mecanismo de pressão sobre o Congresso e o Presidente para os obrigar a dominar a despesa e controlar os défices". Este consultor internacional sublinha, ainda, que "os EUA têm de evitar um problema de dívida como o do Japão ou da Europa, que, em larga medida, é derivado de direitos adquiridos. Esses direitos adquiridos são perigosos e os políticos americanos têm estado relutantes em enfrentar esse problema. Mas isso talvez mude. O facto de esta discussão estar a acontecer e do teto ser algo vinculativo é muito positivo para os Estados Unidos".

Esta polémica revela as fraquezas da ainda maior economia do mundo que já levaram em 18 de abril a agência de notação Standard & Poor's a considerar negativa a perspetiva de revisão futura do rating do país.

No seu discurso de 13 de abril, o presidente americano teve de comprometer-se a iniciar um processo de redução do défice orçamental federal unificado na ordem dos 4 biliões de dólares em 12 anos, que implicaria cortes na despesa (50% da redução), aumento de impostos e redução nos juros a pagar. Obama destacou o seu vice-presidente Joe Biden para liderar negociações com um grupo de líderes do congresso no sentido de concretizar aquele objetivo. Os pomos da discórdia com os republicanos estão no que cortar na despesa federal e na questão de aumentar ou não os impostos. E são essas mesmas divergências que condicionam, agora, pontualmente a discussão sobre o aumento do teto de endividamento, já admitido pelos próprios republicanos.

Se o braço de ferro se arrastar pelo verão dentro, há sempre alternativas. "O governo pode deixar de pagar algumas contas, adiando. Deixar de pagar também aos trabalhadores do estado não essenciais. Mas dou a tudo isso uma muito baixa probabilidade", conclui Peter Cohan.

Aqui, comentário do professor Marcelo Rebelo de Sousa sobre a situação americana:



Fonte: Expresso

0 comentários:

Enviar um comentário

Partilhar

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More