Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Polónia e Finlândia. Todos estes países estão a ser alvo das agências de rating norte-americanas, e, por consequência, alguns já a sofrer brutalmente com as medidas que são impostas pelas instituições financeiras. Os três primeiros países foram obrigados a pedir intervenção externa por causa da especulação dos mercados (que gera muito dinheiro a alguns) e da União Europeia.
Mas o que são as agências de rating?
São empresas com uma única função: avaliar a capacidade de uma empresa ou Estado pagar as suas dívidas no prazo acordado. Esse diagnóstico determina os juros exigidos pelos credores para emprestar dinheiro a qualquer entidade. Na prática, essa avaliação tem impacto em toda a economia. Ou seja, decidem se deitam ou não a economia mundial abaixo!
Relativamente ao método de funcionamento das agências pode ser considerado perverso. O facto de serem pagas pelas entidades que estão a avaliar pode configurar um conflito de interesses. Apesar de os valores não serem divulgados, são quantias muito elevadas. E por isso, elas descem mais facilmente o rating de países periféricos do que de economias de maior dimensão, onde estão sedeadas grande parte das empresas que lhes pagam para as avaliarem.
Relativamente ao método de funcionamento das agências pode ser considerado perverso. O facto de serem pagas pelas entidades que estão a avaliar pode configurar um conflito de interesses. Apesar de os valores não serem divulgados, são quantias muito elevadas. E por isso, elas descem mais facilmente o rating de países periféricos do que de economias de maior dimensão, onde estão sedeadas grande parte das empresas que lhes pagam para as avaliarem.
Existem 3 grandes agências de notação financeira (todas americanas), que dominam 95% de todo o mercado: Standard & Poor´s, Moody's Investor Services e Fitch Ratings. É bom lembrar que foram essas agências que provocaram a crise em 2008, quando cortaram o rating do, agora falido, banco Lehman Brothers. Por outro lado, relativamente ao mercado mobiliário, que também resultou nesta crise, as agências continuaram a conceder ratings máximos (AAA) a produtos tóxicos, mesmo depois de a bolha imobiliária ter rebentado. Foram revelados documentos que provam também que as agências sabiam dos problemas no mercado imobiliário desde 2006 e não os fizeram reflectir nos ratings.
E agora, tudo por causa das agências de rating:
A Grécia persiste na saga de um resgate europeu que até agora só fez de conta que o era, aliás à semelhança de quaisquer outros talhados à medida dos credores. A Irlanda segue a Portugal na descida para uma classificação da dívida ao nível de lixo. A Itália disfarça com a apresentação de medidas de austeridade, aparentando antecipar o turbilhão de uma crise a que seguramente não escapará. A Finlândia, ainda AAA, estreia-se timidamente nas notícias, com sublinhados de falta de competitividade, problemas de sustentabilidade da segurança social e endividamento elevado. Também a França, que espreita titubeante o crescendo dos seus juros de dívida, lá chegará. E com ela, ou antes dela, a Alemanha, quanto mais não seja na inteligência da garantia dos salvados.
Papandreou, já veio dizer que vai ser necessário criar um novo acordo!
A vigilância negativa em que foi colocada a dívida (a economia) americana, tão merecida quanto antigo é o problema, tem a capacidade de produzir efeitos elevados à potência, e augura o pior possível para a Europa.
Os mercados, hoje muito distantes do conceito de troca, de necessidade e de vantagem mútua, não assentam mais em pressupostos reais, mas antes em anúncios de vantagem e de risco. O problema da dívida americana existe, é grave e é antigo. Mas o que precipita a crise é sobretudo o anúncio de que "o rei vai nu".
Os riscos são verdadeiros, como é verdadeiro o nível exorbitante da dívida americana. Mas é sobretudo o apontar de dedo, num exercício súbito e hipócrita, que forma as entropias financeiras impeditivas da sua correção.
Aqui, o comentário de um jornalista da SIC:
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=23570
http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1167035.html
http://aeiou.expresso.pt/os-colossos-tambem-se-abatem=f661824
http://www.ionline.pt/conteudo/117681-agencias-rating-tres-gigantes-capazes-derrubar-governos